Caso Sylvia Likens

Sylvia Marie Likens (Lebanon, 3 de janeiro de 1949 — Indianápolis, 26 de outubro de 1965) foi uma adolescente norte-americana torturada até a morte por Gertrude Baniszewski, seus filhos e diversas outras crianças da vizinhança.




Sylvia Likens era a terceira filha de um casal de atores circenses, Betty e Lester Likens. Ela era filha do meio entre dois conjuntos de gêmeos: Diana e Daniel dois anos mais velhos e Jenny e Benny que eram um ano mais novos. O casamento dos Likens era instável, e eles viviam se mudando diversas vezes. Sylvia constantemente era obrigada a ficar com parentes ou conhecidos quando seus pais estavam em turnê com o circo. Em seus 16 anos de vida, Sylvia morou em nada menos que 14 endereços diferentes. Antes ela era deixada na casa da avó ou viajava com os pais quando eles não encontravam ninguém para cuidar dela e da irmã. Em 1965, Sylvia e sua irmã Jenny estavam morando com a mãe em Indianápolis, mas logo ela estaria viajando com o circo novamente. Lester Likens, que havia se separado da mulher recentemente, deixou as duas filhas com Gertrude Baniszewski, mãe de Paula, uma garota que as Likens haviam conhecido. Apesar de Gertrude e suas sete crianças serem pobres, Lester Likens, em seu depoimento, disse que não adentrou ao interior da casa para ver suas condições para receber as filhas, mas encorajou Baniszewski a "endireitar suas filhas assim como fazia com as próprias crianças".


Baniszewski, descrita pelo jornal Indianapolis Star como uma mulher anêmica e depressiva, fruto do stress de casamentos fracassados, começou a descontar sua raiva nas meninas Likens, batendo nas duas quando o primeiro pagamento chegou atrasado.

Baniszewski aumentou os abusos contra Sylvia. Gertrude a acusou de ter roubado doces de um supermercado, doces que ela na verdade havia comprado, e humilhou a garota quando ela admitiu que teve um namorado. Ela chutou Sylvia nos genitais e a acusou de estar grávida. Paula era quem estava grávida na época, ela derrubou Likens e a chutou no chão. No julgamento foi provado, em contrapartida da defesa de Baniszewski, que era impossível que Sylvia estivesse grávida.

Sylvia foi acusada de fazer fofocas no colégio sobre Stephanie e Paula, acusando-as de serem prostitutas. Este foi, supostamente, o motivo do namorado de Stephanie, Coy Hubbard, atacar Sylvia fisicamente usando golpes de judô. Baniszewski começou a encorajar Hubbard e outras crianças da vizinhança a atormentar Likens, incluindo, entre outras coisas, queimar sua pele com cigarros e a fazendo tirar a roupa e a forçando inserir uma garrafa de Coca-Cola em sua vagina.

Após isso, Gertrude começou a agredir Sylvia frequentemente, até que a garota foi retirada da escola e não lhe foi mais permitido sair de casa. Quando Likens urinou em sua cama, foi trancada no porão da casa e proibida de usar o banheiro. Mais tarde, ela foi obrigada a consumir a urina e as fezes espalhadas pelo porão. Nesse período, Baniszewski começou a tatuar no dorso de Sylvia a frase "I'm a prostitute and proud of it!" com uma agulha aquecida. Como Gertrude não conseguiu terminar a frase, Richard Hobbs a finalizou.

Sylvia tentou fugir poucos dias antes da sua morte, após ouvir um plano de Baniszewski em deixá-la morrer em um bosque das redondezas. Todavia, Sylvia foi pega por Gertrude, sendo como punição amarrada no porão onde comeu somente biscoitos secos. Em 26 de outubro de 1965, após múltiplas escoriações, ela morreu de Hemorragia cerebral, segundo o relatório médico.
Assim que Stephanie Baniszewski e Richard Hobbs perceberam que Sylvia não estava respirando, Stephanie tentou aplicar respiração boca-a-boca até perceber que ela estava morta.

Baniszewski mandou Richard Hobbs chamar a policia, que teve acesso a uma carta a qual Sylvia tinha escrito alguns dias antes, obrigada por Gertrude, a qual dizia que ela havia feito sexo com um grupo de jovens por dinheiro, e que eles a levaram de carro, bateram nela, a queimaram e tatuaram a frase no seu dorso. Antes da Polícia ir embora, Jenny Likens parou um dos policiais e sussurrou: "Me tire daqui e lhe contarei tudo."

Durante o conturbado julgamento, Baniszewski negou qualquer responsabilidade pela morte de Sylvia, alegando insanidade mental. Segundo seu depoimento, ela afirmou que estava muito doente para tomar conta de suas crianças. Os advogados dos menores envolvidos (Paula e John Baniszewski, Richard Hobbs e Coy Hubbard) afirmaram que eles foram pressionados por Gertrude para cometer as torturas. Quando Marie Baniszewski, a filha de onze anos de Gertrude, foi convocada como testemunha de defesa, ela mudou o discurso e admitiu que havia sido forçada pela mãe para aquecer o alfinete com o qual Hobbs tatuou na pele de Sylvia Likens e que havia visto a mãe agredir Sylvia no porão.

Em 19 de maio de 1966, Gertrude Baniszewski foi condenada pela prática de assassinato em primeiro grau, porém foi poupada da pena de morte, e condenada à prisão perpétua. Sua filha Paula, que deu à luz uma menina durante o julgamento, a qual deu o nome de Gertrude em homenagem à sua mãe, foi condenada por assassinato em segundo grau e também foi condenada a prisão perpétua. Richard Hobbs, Coy Hubbard e John Baniszewski foram enviados para um centro juvenil, onde ficaram dois anos detidos.

Em 1971, Paula e Gertrude Baniszewski foram julgadas novamente. Paula confessou sua culpa e foi solta dois anos depois. Gertrude Baniszewski, todavia, foi novamente condenada por assassinato em primeiro grau. Ela conseguiu condicional em 1985, apesar da indignação pública e de pedidos contra sua libertação.

O caso de Sylvia Likens foi retratado no pertubador filme "a garota da casa ao lado"

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Nevada-tan - a pequena assassina japonesa

O misterioso desaparecimento de Ashley Freeman e Lauria Bible

O Fantasma Da Dama De Castanho