O Envenenador Da Xícara De Chá
Graham Frederick Young nasceu em Neasden, noroeste de Londres em 7 de setembro de 1947.
Sua mãe Margaret, morreu de tuberculose em dezembro de 1947, apenas três meses depois do nascimento de Graham, e seu pai, Fred, ficou sem condições psicológicas de criar o garoto e a irmã. Em janeiro de 1948 seus filhos foram então divididos. Graham foi enviando para viver com os tios Winnie e Jack, enquanto sua irmã mais velha, Winifred, foi morar com os avós. Graham seria criado pelos tios por dois anos, até que em 1950, seu pai Fred casou-se com Molly e retomou a criação dos filhos.
Apegado aos tios, Graham se tornou uma criança angustiada quando voltou a viver com o pai e a madrasta. Quando aprendeu a ler, desenvolveu um gosto por ficção e histórias do Dr. Hawley Harvey Crippen, um infame envenenador. Também era fã do livro Sixty Famous Trials que contava a história do médico vitoriano William Palmer, que também matava suas vitimas por envenenamento. Se tornou, então, fascinado por venenos e seus efeitos. Desenvolveu, também, um apego por Adolf Hitler e a ideologia nazista.
Suas primeiras experiências foram em gatos, um dois quais ele executou para um ritual ocultista. Nessa época, ele roubava perfumes e removedores de esmalte para ver suas composições químicas, e também era capaz de dizer o nome cientifico de remédios populares.
Em 1959 Graham passou num teste chamado "11 Plus", e foi estudar na conceituada Grammar School. Por ter passado no teste, ganhou do pai um kit de química.
Em 1960, com apenas 13 anos, já tinha um conhecimento abrangente sobre venenos, e fez se passar por um jovem com 17 anos para conseguir comprar venenos afim de fazer "estudos".
A primeira vitima não fatal de Graham Young foi seu vizinho Christofer Willians. Willians foi envenenado e teve seu quadro acompanhado minuciosamente por Young. Por sorte Willians não morreu.
No início de 1961, Graham Young começou a testar seus experimentos com venenos na própria família. A primeira a sentir os efeitos dos venenos de Graham foi sua madrasta, Molly Young, que, em fevereiro daquele ano, começou a ter vômitos, diarreia e dores de estômago insuportáveis.
O pai de Graham, Fred Young, foi o segundo a sofrer com dores no estômago semelhantes a da esposa. Em seguida, no verão, a irmã de Young, Winifred Young, ficou doente. Por último, o próprio Graham acabou se envenenando e ficando doente.
Na escola em que estudava, a Grammar School, um casal de amigos de Graham também acabou envenenado.
Numa manhã de novembro de 1961, Winifred Young, teve uma xícara de chá servida por seu irmão Graham. Logo depois Winifred foi para o trabalho, mas, uma hora depois, no trem que a conduzia ao serviço, ela começou a ter alucinações, e teve de ser levada para o hospital, onde os médicos detectaram que ela havia sido infectada com o veneno raro Atropa belladonna.
Na ocasião, o pai de Graham, Fred, chegou a confronta-lo, acusando-o de ter envenenado a própria irmã, mas, o jovem Graham se defendeu e culpou a própria irmã, dizendo que ela havia usado a xícara para misturar shampoo e teria, assim, acabado se auto-envenenando. Mesmo com as alegações do menino, Fred não ficou convencido das palavras de seu filho, e revistou o quarto de Graham, mas não encontrou nada incriminador.
No dia 21 de abril de 1962, um sábado de Páscoa, a madrasta de Young, Molly, morreu de envenenamento. Uma tia de Graham, que sabia de seu fascínio com a química e venenos, fez com que ele fosse acusado. Graham foi enviado a um psiquiatra, que o recomendou entrar em contato com a polícia.
O professor de química de Graham encontrou veneno nos materiais do garoto, e o denunciou a polícia.
Graham Young foi preso em 23 de maio de 1962[16] e confessou as tentativas de assassinato de seu pai, irmã e amigos. Contudo, os restos mortais de sua madrasta não puderam ser analisados, porque ela havia sido cremada, e no momento de sua morte, não suspeitaram de envenenamento, mas sim, dos resultados de complicações dos ferimentos sofridos no acidente de trânsito que ela se envolveu.
Graham foi enviado para o Broadmoor Hospital em 1962, após o envenenamento de vários membros de sua família e de ter matado sua madrasta. Ele foi detido sob a Lei de Saúde Mental no Broadmoor Hospital, uma instituição para pacientes com transtornos mentais que cometeram delitos, depois de ter sido avaliado por dois psiquiatras antes de seu julgamento, e diagnosticado como sofrendo de um transtorno de personalidade, e também com esquizofrenia e sinais do espectro autista. Graham se tornou o preso mais jovem de Broadmoor desde 1885.
Sua detenção em Broadmoor foi sujeita a restrição especial, o que significava que todas as ações envolvendo Graham teriam que ser aprovadas pelo Ministro do Interior. A avaliação do Hospital, inicialmente estipulada, dizia que ele deveria ser detido por pelo menos 15 anos, mas, o Secretário de Estado mais tarde observou que os delitos de Graham tinha uma sentença de não mais do que sete ou oito anos. Graham seria liberado depois de nove anos, considerado "totalmente recuperado.
No hospital, contudo, Young tinha estudado textos médicos e assim melhorado seu conhecimento com venenos. Ele continuou com seus experimentos com os venenos, mesmo estando num sanatório, e usava constantemente como cobaia detentos e funcionários, levando a morte de John Berridge, um interno da instituição.
Mesmo envenenando e matando pessoas dentro do Hospital, em junho de 1970, após quase oito anos em Broadmoor, o Dr. Edgar Udwin, psiquiatra da prisão, escreveu ao Ministro do Interior para recomendar a libertação de Graham, anunciando que Young "já não era obcecado com venenos, violência e maldade."
Graham Young morreu em sua cela na prisão Parkhurst na noite de 1 de agosto de 1990, um mês antes de seu 43º aniversário. A causa da morte foi listado como o infarto agudo do miocárdio em um inquérito post-mortem.
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ResponderExcluirmuitos casos que nunca tinha ouvido falar e achei muito interessante. Otimo blog!